quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Concessão de crédito em 2012 deve ser um pouco menor do que neste ano


A concessão de crédito deve enfrentar um pouco de dificuldade em 2012, avalia o diretor  executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Andrew F. Storfer.

No geral, diz ele, o crescimento do crédito deve ficar em torno de 15% no próximo ano, percentual um pouco menor do que a elevação esperada para este ano, de 16% a 17% sobre 2010.

O motivo para a desaceleração, diz o diretor executivo da Anefac, é a piora do mercado internacional, já que boa parte do crédito disponível no Brasil é originado em operações com recursos estrangeiros, seja por meio de bancos que fazem captações no exterior e as internalizam, seja pelas grandes empresas que lançam títulos em outros países.

“Diante deste cenário, é provável que se tenha um pouco mais de restrição ao crédito, sobretudo no crédito livre”, estima Storfer.

Crédito imobiliário
Apesar do cenário mais pessimista para o crédito em 2012, o financiamento imobiliário deve alcançar resultados significativamente positivos, crescendo cerca de 25% no próximo ano.

O aumento da renda, o crescimento da economia (ainda que modesto) e a manutenção do emprego, aliados ao déficit habitacional, explicam o resultado positivo do setor, sendo que os juros para este tipo de crédito devem cair um pouco em 2012.

Além do crédito imobiliário, o financiamento de veículos e o crédito para a aquisição de produtos da linha branca devem se destacar.

Juros e prazos
Com relação ao juros em geral, o especialista prevê uma dissonância maior entre o juro básico da economia (Selic) e aqueles praticados para o consumidor final, especialmente quando considerados os juros cobrados no cheque especial e no cartão de crédito.

Já os prazos, acredita, devem ser impactados pelas medidas tomadas recentemente pelo governo para alavancar o consumo. Porém, diz Storfer, “ainda é cedo para avaliar com precisão o que deve acontecer”.

Quanto à busca do consumidor por crédito, esta deve permanecer parecida com a deste ano ou um pouco menor, sendo que o comprometimento da renda da população, especialmente da classe C que buscou crédito este ano, deve levar um pouco para baixo a demanda.

Ainda assim, destaca, a classe C continuará sendo a principal tomadora de crédito no próximo ano, sobretudo no varejo em geral.

2011
No que diz respeito à concessão de crédito em 2011, em geral, diz o economista, ela foi forte, devendo encerrar o ano com alta de 16% a 17%.

Neste sentido, o destaque é o crédito com recursos direcionados, onde se encaixa, por exemplo, o financiamento imobiliário, cujo crescimento deve ser de 19%. Já o crédito com recursos livres deve apresentar aumento em torno de 15% a 16%.

Sobre a demanda, em relação a de 2010, observa, esta se manteve praticamente inalterada.

Gladys Ferraz Magalhães

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